LIVROS PUBLICADOS

capa do livro
Um caso de amor
Raimundo Nogueira

O texto escrito, a exemplo das linguagens de um modo geral, sempre desenvolveu, desde sua origem, função crítico-flexiva através do registro do cotidiano, da crítica dos costumes, da denúncia social, da ideologia que legitima ou contesta a ordem estabelecida.

Essa função está presente nos textos desta coletânea: o cotidiano é captado no movimento repetitivo da vida familiar (“O homem acorda / A mulher acorda / A criança acorda / O homem sai para o trabalho. / A mulher se arrasta dentro de casa. / A criança vai à escola...”); a crítica dos costumes encontra na fofoca o seu alvo preferido (“- O que é, o que é? / Define os vizinhos, / Fala (mal) da empregada, / Comenta as intimidades conjugais / E faz jogo do bicho todo dia? / - É o(a) fofoqueiro(a)!”); a negação de direitos básicos, pelo Estado, é objeto de denúncia (“Neste eito, / Não tenho luz / Nem água encanada. / Aqui tudo é informe: / As ruas, os buracos / E a desgraça enorme.”); as ideologias são desmascaradas no que tem de mais perverso (Esse havana me arrebata / Do tédio e da solidão / Mas debilita meu pulmão.” [...] “A Coca-Cola é legal / Intoxica meu organismo / Me transforma num animal.”)

Esta coletânea, portanto, é um testemunho que reflete o contexto de sua criação – o país e o mundo na penúltima década do século passado, vistos a partir do coração da Amazônia -, de modo que constitui, simultaneamente, uma peça de denúncia, mas também de esperança anunciada.

capa do livro
Jardins de julho
Jr. Gilmour por Darío Camargo Junior

A poesia de Darío Junior passeia entre a realidade e o universo onírico. É instigante e inteligente, muitas vezes reflexiva e questionadora, e expõe emoções e sentimentos através do eu lírico, permitindo ao leitor vestir-se do personagem ou ainda ser o próprio verso.

“Sou minha própria estrada
Sou luta sem espada
Sou o próprio silêncio e a pausa.”

“[...] Talvez um novo jardim faça com que essa história continue.”
Aglaure Martins é fisioterapeuta e poeta em João Pessoa – PB.

Ao ler os textos de Darío Junior, deparo-me com muito mais do que só simples palavras. Sinto que estou diante de manifestações afetivas sob a forma comunicativa, que revelam sentimentos, ou melhor, revelam-me sentimentos, me afloram a sensibilidade e me instigam a querer ler cada vez mais.
Seus textos me fazem questionar o meu pequeno mundo, o amor e se estou indo em busca daquilo que me faz feliz, e eu entendo isso como uma ferramenta que utiliza meus olhos para tocar minha alma e coração.
Poliane Primo Souza é analista sênior em Cuiabá – MT.

Jardins de Julho é uma estação de intensidade e brandura. É um apelo, um grito, às vezes, em tons vibrantes; noutras, em tons cinzas.
Darío Junior expressa uma dor que precisa ser decodificada, e ele próprio parece muitas vezes não a compreender. Quisera eu ser aquela a desvendar os mistérios ocultos nas entrelinhas dos seus magníficos textos.
Eu entrei nesse jardim e quase me perdi em meio à emoção e ao enigmático perfume de suas flores.
E você, vai se arriscar também? Mas saiba, o caminho desse jardim não tem fim.
Regiane Neto é publicitária e fotógrafa em Ubiratã – PR.