Os poemas são diálogos fugazes entre leitor, autor, personagens e ideias, mas que se prolongam no íntimo causando reflexões intensas no leitor. Os poemas nesta obra são reminiscências, talvez intuitivas e/ou vividas, de uma menina e sua trajetória até os caminhos que a tornaram mulher. A ancestralidade passeia com a menina de mãos dadas, fazem cirandas e brincam com as palavras, mas, no meio do caminho, encontram o senhor tempo, que relembra que a vida é feita de ciclos e que é preciso seguir. Então, falam de coisas sérias, de dores guardadas, sufocadas em seu íntimo e de outros que passaram por seu caminho.
Dores de Ébano vem nos falar das dores do dia a dia, aquelas quase imperceptíveis e também daquelas grandes chagas vividas, sentidas na pele. Esta leitura convida-nos a viajar por sertões recônditos da alma de um ébano e vivenciar com o seu olhar as dores que transformam lágrimas em aprendizagem e resistência.
Afinal, os caminhos já foram marcados com o sangue e o suor de nossos antepassados, e estes serão honrados sempre que um ébano se levantar e seu olhar apontar os céus. Certamente há muito a se dizer sobre isso, e que seja dito da forma mais bonita e tocante, que é a poesia.