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capa do livro
Vestido lilás e outras histórias
Luandro

"Vestido lilás e outras histórias" é a prova de que “viver é experimentar incertezas e expor-se emocionalmente”. Creio que assim falou Brené Brown. Somos, sem dúvida, seres vulneráveis. Dizem, entretanto, que essa condição não é exatamente uma fraqueza, mas uma condição para viver a vida com coragem. Convido todos a lerem alguns fragmentos retirados dessa vida que tentei e ainda tento viver. São trechos marcantes com os quais tentei “desarmar” as minhas lembranças, mesclando passado e presente. Há trechos, entretanto, que permanecem na penumbra. Parece que os “apaguei” por tanto sofrimento. Durante uma vida cheia de quedas, a todo custo queria fazer o melhor. Não ser fraca, sem, no entanto, dizer que era forte. Todos me viam assim. Não era verdade. Sorrir tem tantos e amplos significados. Eu não soube lidar com os dois lados dessa moeda mágica, chamada de emoção. Para não ser mais vulnerável, distanciei-me de experiências pessoais que dariam real significado à minha vida. Eu nunca tive vergonha de errar. Durante os anos, colhi exemplos de que era uma profissional de elevado preparo. Tudo pronto. Tudo na hora... Mas, tentando fazer o melhor, tive medo de dizer àqueles a quem tanto amava que precisava de um abraço e de um gesto de carinho. Lágrimas não comovem ninguém. É preciso saber partilhar os fracassos, ainda que quem nos cerca não queira. O importante é não acreditarem que somos capazes de resolver tudo. Não somos, principalmente porque somos apenas pessoas. Hoje, sem mágoas, aprendi que quanto mais me disseram, em criança, que eu era ninguém, mais coragem eu tive para ir em frente, mesmo depois do fundo do poço. Luandro