"Na escola, eu era chamado de enfant gâté (criança mimada) pela professora de francês. Retornava para as aulas, após o recreio, depressivo e cabisbaixo pelas surras impostas por gangues de meninos mais velhos, que se aproveitavam para roubar minha merenda."
Em seu livro de estreia, o autor apresenta uma narrativa em primeira pessoa permeada por reminiscências pessoais – ocasionalmente ilustrativas ou dramatizadas – que aludem a uma infância de contos de fadas muitas vezes fragmentada por assédios, questões raciais e dilemas de ordem moral e espiritual.
Ambientada em meados do século passado, a história também procura esboçar o cenário político, social, histórico e cultural de um período em que a TV ainda engatinhava no Brasil, evidenciando a importância e a influência do rádio no que concerne aos costumes e aos modismos culturais da época.
As quatro estações da vida é um relato comovente que expõe o modo como uma amizade sincera e o amor de um cão contribuíram para que um garoto superasse a dor causada pelo bullying, pela injustiça, pela ausência do pai e por acontecimentos que irão surpreender o leitor ao longo da narrativa.