“Para ir de nossa casa à fazenda do Sr. Antonio, era preciso atravessar uma passagem que tinha fama de mal-assombrada e estava na metade do caminho a ser percorrido. O corte pelo qual passava a estrada era bastante profundo e ladeado por árvores e pedras gigantescas. De dia, para quem não lhe conhecesse a fama, o lugar apresentava uma paisagem digna de aquarela. À noite, entretanto, tinha um aspecto fantasmagórico e era evitado até por adultos.”
Trecho de A passagem mal-assombrada
“Pegou um táxi para a estação rodoviária, onde tomaria um ônibus rumo Diamantino. Soube que o próximo ônibus demoraria duas horas para partir. Então, comprou um jornal e procurou um lugar onde pudesse tomar um café enquanto lia. De repente, viu alguém que subia a escada para outro piso da estação. Era ela! Largou o café pela metade, atirou o jornal sobre a cadeira e subiu a escada. Lá estava ela, com a mesma blusa que usava no avião. Aproximou-se devagar, antegozando um reencontro tão tardio quanto inesperado. Queria ver a sua cara de surpresa, sua alegria, o sorriso mais iluminado deste mundo!”
Trecho de A outra metade da laranja