Os versos que se seguem são simples, como é a vida. É assim que penso e escrevo. A vida vai e as palavras vêm como uma forma de libertação e desafogo, para não deixar os meus dias e noites se esvaziarem. O viver pede coragem, a minha coragem é silenciosa, sem brados, penso ser eu, a única a escutá-la. Porém, no tardar da noite quando tudo silencia ainda mais, o teto branco do quarto fala comigo entre um pestanejar e outro. Em “Primeiros Versos” exponho pensamentos em versos que surgem das memórias da primeira infância, vividas no campo com muitas andanças, por diversos lugares no Estado do Espírito Santo. A partir dos nove anos de idade, outras foram vividas aqui em São Paulo. Também recorro aos momentos da vida com meus pais e irmãos e minha busca em afirmar-me, trabalhar e posteriormente a responsabilidade de cuidar dos filhos. Da permanente luta e resistência que se revela aos poucos, no cotidiano, no caminho que deixamos assinalados por cada um de nós de maneira única e universal ao mesmo tempo. Os poemas desse livro, a princípio, tinham títulos. Mas conforme a sua edificação acredito que por causa de alguns que não tinham, seria mais apropriado deixá-los todos desnudos e se ater no primeiro verso de cada um. Por isso o batizei de Primeiros Versos.