Em Poesia gritante, há dias em que a poetisa acorda com a alma chuvosa, noutros reconstrói manhãs de sol. O eu poético se despe num grito que rasga a alma e se entrega transluzente, possibilitando ao leitor desvelar a poesia em sua forma mais pura. Sua poesia é atemporal, revestida de versos livres, extremamente introspectivos. Seus versos compostos de neologismos e despreocupados com a métrica designam histórias familiares, circunstanciais, de uma movimentação multifacetada, fazendo da poesia algo transformador e profundamente subjetivo. A autora dialoga com seus sentimentos com muita consciência e lucidez, levando o leitor a se identificar com seus versos numa comunicação poética.
No poema que deu nome a esta coletânea, a poetisa afirma de forma metafórica:
Ah, bendita maldita poesia!
Que me alicia
Me vicia
Meu ar
Meu par
Poesia mi’a!