Mineiro e, desde o nascimento, ancião jovem ou um jovem ancião, convivendo diariamente com padres, freiras, benzedeiras, sinos, terreiros, sepulturas, altares, hóstias, “almas doutro mundo”. Tem no corpo essa mineiridade e a clareza inquieta da ancestralidade de todo o reino Animalia ao qual nunca se deixa de pertencer. O mundo do cuidado e do não cuidado fez ser o que é: intimamente indígena, teimosamente caipira e caboclo. Escrever prosa e verso noticia alguns momentos dessa trajetória de corpo. Considera o princípio como a Vivência e não o Verbo ou a Ideia. Atreveu-se a registrar: no princípio era o Verso, talvez por estar envolvido com Literatura desde os anos de 1980 e nunca ter escrito uma linha sequer sem que tenha vivido na carne o que escreve. Eis porque seus versos são de terra e carne: Carlos é de terra e carne. O resto é interpretação.