Desde tenra idade a literatura de cordel chamou-me atenção. Recordo-me que, à casa de minha avó, aparecia um repentista lá da região do Ceará, para festejar as festas juninas — Ripino, seu nome. Bem à noitinha, no clarão daquela fogueira, se iniciava a cantoria, e as pessoas presentes iam contribuindo com o que podiam. Ali estava eu, ouvindo canções melodiosas, abismado, emocionado até. De vez em quando, um moço ao pé do ouvido do repentista,
um mote ofertava à sua amada, e, assim, ia-se madrugada adentro. Tempos depois, tive o meu primeiro contato com um folheto de cordel, chamado A verdadeira história de Joãozinho e Mariquinha, do paraibano José Camelo de Melo Resende, (1885–1964), então a partir daí fi quei fã número 1 desse gênero
literário, e somente na década de 80 escrevi o meu primeiro cordel, intitulado Caminho de tatu.
FRANCISCO LUIZ MENDES