Suspensórios, olhos meio repuxados e empapuçadinhos, sorriso de satisfação: aí está ele (um Peter Pan!...), ao lado da mãe e dos irmãos, no retrato mais bonito do álbum - onde, aliás, todos estão sorrindo, sem terem precisado usar o artifício do “xis!” sugerido pelo fotógrafo. São sorrisos espontâneos, afinal o tempo era de férias. Esse menino, preguiçoso, há muito insistia para que eu escrevesse suas historietas; ele somente as ditaria. Tanto insistiu, tanto insistiu, que acabou me convencendo; e iniciei a transcrição dos breves relatos utilizando-me de uma velha e heroica Remington Rand portátil, até por volta de 2007; após o que, me “internetizei”. Foram tantos faz-desmancha--refaz, tantos sóis e luas, tantos janeiros-a-dezembros (...e porque ele começou a relatar também sobre sua adolescência, sobre seus flertes, tentativas de namoricos e, finalmente, sobre namoro sério...), que a coisa começou a dar sinais de não querer terminar. Então, reagi: - Epa! Já chega! Minha mulher fez o flagrante reproduzido aqui embaixo, quando esse Peter Pan (que também se recusou a crescer, como o dos contos infantis) vislumbrou algo que o fez abrir sorriso de satisfação igual àquele que se vê no retrato mais bonito - ...pois, à sua frente, sentada numa das prateleiras de livros e envolta em tênue claridade, estava a pequenina Fada Sininho.
